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domingo, 31 de maio de 2009

Paraíso ameaçado

Estudo cataloga plantas que podem desaparecer devido à ocupação de restinga na Bahia

A equipe de biólogos da Unicamp catalogou 86 plantas na restinga de Maraú, entre elas as angiospermas Centrosema brasilianum e Humiria balsamifera (fotos: Volker Bittrich e André Amorim).


As restingas são frequentemente destruídas por construções litorâneas irregulares. Na tentativa de alertar a população sobre a importância desse ecossistema costeiro e preservá-lo, biólogos da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) fizeram um levantamento das espécies de plantas encontradas na península de Maraú, uma das últimas áreas de restinga ainda preservadas na Bahia.

Durante dois anos, a bióloga Clara Sampaio, orientada pela professora Maria do Carmo Amaral, do Departamento de Botânica da Unicamp, analisou e catalogou espécies de plantas na restinga de Maraú, em especial nas áreas que ficam alagadas no período de chuvas (chamadas palustres). A pesquisadora realizou coletas a cada dois meses e identificou ao todo 86 espécies de angiospermas (plantas com flor) aquáticas e palustres – entre elas, plantas herbáceas, arbustivas e subarbustivas.

A espécie Baccharis singularis, da família da carqueja, também foi encontrada na restinga de Maraú, cuja vegetação vem perdendo espaço para construções à beira-mar (foto: Clara Sampaio).


A vegetação herbácea e arbustiva das restingas é composta por plantas de pequeno porte e abriga pequenos animais, em sua maioria insetos. Esse ecossistema é importante porque ameniza os ventos marinhos e a salinização antes que estes cheguem à mata atlântica.

A península de Maraú, localizada próximo a Itacaré, apresenta características geográficas semelhantes às da restinga de Marambaia e às do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba, ambos no Rio de Janeiro. Porém, ao contrário dessas áreas, a restinga baiana não está sob proteção efetiva. Uma lei municipal protege a península, mas, segundo as normas do Ibama, a área pode ter certo grau de ocupação humana. Assim, a restinga vem perdendo espaço para construções à beira-mar, que se instalam principalmente nas áreas palustres.

Regiões mais procuradas
Sampaio lembra que, no período de seca, as áreas palustres apresentam vegetação rasteira, composta principalmente por gramíneas. Por isso, são logo procuradas por moradores e comerciantes, que constroem casas, restaurantes e pousadas em meio à restinga, além de realizarem cultivos diversos, como o de abacaxis e cocos. “Mas, durante o período de chuvas (entre maio e agosto), as áreas palustres são inundadas, o que danifica as construções”, acrescenta a bióloga.

Orquídeas como a Epistephium lucidum e a Catasetum roseo-album são retiradas das áreas de restinga para uso decorativo (fotos: Clara Sampaio e André Amorim).


O grande problema é que a ocupação da restinga impede o crescimento das plantas, fundamentais para o ecossistema. “Muitos animais que vivem em restingas já não são mais encontrados em Maraú, devido a essa ocupação”, conta Sampaio. “Nós sabemos da importância da restinga, mas, para a população, aquilo é só mato”, ressalta a pesquisadora, que lamenta a perda de bromélias e orquídeas, retiradas para uso decorativo.

A bióloga explica que as plantas existentes nas áreas palustres permanecem em estado de dormência no período de seca, e suas sementes só germinam em contato com a água. “Quando começa a chover, há uma explosão de cores. Você descobre plantas que nem imaginava que existissem lá.”


Algumas plantas da restinga, localizadas em áreas que ficam alagadas no período de chuvas, só germinam quando entram em contato com a água. As fotos mostram a espécie Nymphaea lasiophylla e sua flor (no detalhe à direita). Fotos: Volker Bittrich e Clara Sampaio.


Todo o trabalho de catalogação das espécies de plantas existentes na restinga de Maraú está disponível na internet. O projeto é uma iniciativa do professor Volker Bittrich, que orientou diversos alunos do Departamento de Botânica da Unicamp no desenvolvimento dessa página virtual, onde é possível encontrar resultados de pesquisas sobre diversas espécies de plantas de ecossistemas do Brasil.


Barbara Marcolini
Ciência Hoje On-line

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