O tabagismo é uma toxicomania caracterizada pela
dependência física e psicológica do consumo de nicotina, substância presente no tabaco.
Segundo o Ministério da Saúde do Brasil, os cigarros contém cerca de 4720
substâncias tóxicas, sendo uma delas, a nicotina, responsável pela dependência.
De
acordo com a Organização
Pan-Americana da Saúde (OPAS), o tabagismo é o responsável por
cerca de 30% das mortes por cancro (câncer no Brasil),
90% das mortes por cancro do pulmão, 25% das mortes por
doença coronariana, 85% das mortes por doença pulmonar obstrutiva
crónica e 25% das mortes por derrame cerebral. Ainda de acordo com a OPAS, não
existem níveis seguros de consumo do tabaco.
As
doenças ocasionadas pelo consumo de tabaco matam 3 milhões de pessoas no mundo
anualmente, com uma projeção estimada de óbitos em torno de 10 milhões até o
ano 2030 - das quais 7 milhões ocorrerão nos países em desenvolvimento. Vale
dizer que o tabagismo, hoje, mata mais que a soma das mortes por AIDS, cocaína, heroína, álcool, suicídios e acidentes de
trânsito.
As doenças causadas pelo tabaco são responsáveis por perdas econômicas de
aproximadamente US$ 200 bilhões de dólares, no mundo.
O fumo causa doenças e pode levar à morte |
O
método de avaliação de Fagerström é, hoje, utilizado por especialistas,
para ajudar a definir a melhor estratégia para quem quer largar o cigarro.
Trata-se de um questionário utilizado por médicos a fim de determinar se uma
pessoa está seriamente viciada na nicotina.
Tabagismo no
Brasil
No Brasil, estima-se que cerca de 290 mil
mortes por ano são decorrentes do tabagismo. A proporção de fumantes no país é
de 23,9% da população. Segundo dados da PNAD, em
2008, o Brasil tinha 24,6 milhões de fumantes habituais com idade a partir de
15 anos ou 17,2% da população de pessoas dessa faixa etária, sendo 15,1%
fumantes diários.
Cerca de 90% dos fumantes tornam-se
dependentes da nicotina entre os 5 e os 19 anos de idade. Há 2,8 milhões de
fumantes nessa faixa etária, mas a maior concentração de fumantes está na faixa
etária de 20 a 49 anos.
A região Sul do país é a que apresenta
maior proporção de dependentes - 45% dos fumantes. Em 2008, a região Sul, com
19,3%, tinha o maior percentual de fumantes correntes.
No Nordeste, os fumantes dependentes são
31%. Os moradores da zona rural também fumam mais que os das zonas urbanas.
O fumo é responsável por 95% dos casos de
câncer de boca; 90% das inflamações de mama; 80% da incidência de câncer no
pulmão; por 97% dos casos de câncer da laringe; 50% dos
casos de câncer de pele; 45% das mortes por doença coronariana (infarto do miocárdio) e também 25% das mortes por doença vascular-cerebral (derrames cerebrais).
O tabagismo, incluindo o passivo, é o
fator de risco mais comum para a DPOC, Doença Pulmonar Obstrutiva
Crônica. No Brasil, estima-se que a doença atinja cerca de 6 milhões de
pessoas. Somente 12% dos pacientes são diagnosticados e, desses, apenas 18%
recebem tratamento. Já no cenário mundial, a estimativa é de que
aproximadamente 210 milhões de pessoas tenham DPOC e a previsão é que a doença
se torne a terceira principal causa de morte por volta de 2020. Outros fatores
que contribuem para o desenvolvimento da doença são a inalação de poeiras e
produtos químicos em fábricas ou ambientes profissionais similares, poluição do
ar, desenvolvimento pulmonar prejudicado e fatores genéticos.
Não seja escravo do cigarro |
Segundo uma pesquisa realizada em 20
países, o brasileiro, com 91%, é o que mais se arrepende de ter começado a
fumar. Entre os fumantes brasileiros do estudo internacional, 63% apoiam campanhas e leis contra o fumo e 82% relatam que o fumo já lhes causou algum
problema de saúde. Segundo os dados da Kantar Health, mesmo com restrições impostas, os
fumantes parecem observar com razoável conforto as legislações que visam evitar
que não fumantes sejam incomodados pela fumaça de cigarros, charutos e
cachimbos. Dentre os respondentes do Reino Unido, França, EUA, China, Brasil e
Espanha, a maioria alega não achar difícil restringir o consumo em locais
restritos.
O Brasil é o maior exportador e quarto
maior produtor mundial de tabaco - depois da China, EUA e Índia.
Deve-se ressaltar que o cultivo do tabaco
expõe trabalhadores rurais a uma grande variedade de agrotóxicos aumentando o
risco de manifestação de efeitos agudos e crônicos à saúde, como transtornos
mentais e câncer. Durante a colheita das folhas de tabaco pode haver
absorção dérmica da nicotina presente nas folhas úmidas, podendo ocasionar a
denominada Doença da Folha Verde do Tabaco, cujos sintomas são muito
semelhantes aos quadros de intoxicação por agrotóxicos e outras doenças.
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