FEIRA DE CONHECIMENTOS 2019 – 7ºA
Introdução
(objetivo da mumificação)
De acordo com a religião egípcia, a alma da pessoa necessitava de um corpo para a vida após a morte. Portanto, devia-se preservar este corpo para que ele recebesse de forma adequada a alma. Preocupados com esta questão, os egípcios desenvolveram um complexo sistema de mumificação.
O que é mumificação? Trata-se de um método de
preservação de cadáveres que diminui drasticamente a intensidade da
decomposição.
O método de mumificação era bastante utilizado na Antiguidade |
O método de mumificação era bastante utilizado na Antiguidade
Define-se mumificação como o
fenômeno natural ou artificial de preservação de um corpo. Nesse processo, a
putrefação ocorre vagarosamente, ao longo de muitos e muitos anos.
A ideia de manter um corpo
em bom estado após a morte foi colocada em prática por diversas civilizações,
como maias, incas e egípcios. Quimicamente falando,
a mumificação é
um procedimento realizado para tornar mais lento ou interromper o impiedoso
processo de decomposição do corpo. Para alcançar esse objetivo, é fundamental
eliminar a ação das enzimas (lípases, proteases e amilases) e micro-organismos
responsáveis pelo processo, privando-os da presença de água e também do
ambiente químico de que necessitam para atuar.
Substâncias
utilizadas na mumificação.
·
Natrão: uma mistura de diversos sais, como o cloreto de sódio, carbonato de
sódio, bicarbonato de sódio e sulfato de sódio;
·
Betume: líquido viscoso e escuro que é composto por tipos diferentes de
hidrocarbonetos;
·
Mirra: uma resina proveniente de pequenas árvores do gênero Commiphora;
·
Bálsamo de cedro e cominho: líquido extraído dessas plantas, o qual apresenta odor agradável;
·
Cera de abelha.
Etapas do
processo de mumificação artificial egípcia
·
1º Passo: Retirada do cérebro pelas narinas.
Essa etapa era realizada com o auxílio de pinças de metal;
Representação
da retirada do cérebro durante o processo de mumificação
·
2º Passo: Retirada da maioria dos órgãos internos
a partir de um corte realizado do lado esquerdo do corpo. Apenas o coração não
era retirado porque se acreditava que as emoções ficavam armazenadas nesse
órgão.
Representação da retirada dos órgãos durante o processo de
mumificação
Obs.: Durante algum tempo,
os órgãos também eram submetidos ao processo de mumificação, com exceção do
cérebro.
·
3º Passo: Cobria-se o corpo com a mistura de
sais denominada de natrão e colocava-se essa mistura também no interior do
corpo, durante 40 a 72 dias, com o objetivo de retirar toda a água do corpo;
·
4º Passo: Lavava-se o corpo para retirar o
natrão a partir de bálsamo e óleos essenciais;
·
5º Passo: O corpo era enfaixado com panos
feitos de linho.
Após a múmia estar finalizada, era
colocada dentro de um sarcófago, que seria levado à pirâmide para ser protegido
e conservado. O processo era tão eficiente que, muitas múmias, ficaram bem
preservadas até os dias de hoje. Elas servem como importantes fontes de estudos
para egiptólogos. Com o avanço dos testes químicos, hoje é possível identificar
a causa da morte de faraós, doenças contraídas e, em muitos casos, até o que
eles comiam.
Graças ao processo de mumificação, os egípcios avançaram muito em algumas áreas científicas. Ao abrir os corpos, aprenderam muito sobre a anatomia humana. Em busca de substâncias para conservar os corpos, descobriram a ação de vários elementos químicos.
Curiosidades:
- Para transformar um corpo em múmia era muito caro naquela época. Portanto, apenas os faraós e sacerdotes eram mumificados.
- Alguns animais como, por exemplo, cães e gatos também foram mumificados no Egito Antigo.
Múmia egípcia num sarcófago aberto (fonte: Museu do Vaticano). |
Há
muito tempo as sociedades não apresentam mais a preocupação em preservar o
corpo de pessoas falecidas. Porém, muitas vez, é necessária a preservação do
corpo em virtude da distância entre o local do falecimento e o local onde o
corpo será velado e enterrado.
Umas das formas mais utilizadas de
preservação é o embalsamamento. Hoje
em dia, utiliza-se o formaldeído (formol) misturado com o fenol
comum para conservar o corpo para o funeral. Essa mistura é injetada no
organismo após a retirada de fluidos corporais, como o sangue. Após a
evaporação do formaldeído, começa a ocorrer a ação microbiana, que causa a
degradação do corpo.
Ao longo
da história, algumas técnicas de preservação a longo prazo foram testadas e
utilizadas, a saber:
·
Para
a preservação do corpo do líder soviético Vladimir Lenin (morto em 1924), o corpo
dele foi eviscerado (retiradas
as vísceras), limpo com água destilada e ácido acético, findando-se a lavagem
com formalina para secar. Por fim, mergulharam o corpo em um tanque com
glicerina, acetato de potássio, água e cloreto de quinina;
·
Plastinação: é um processo que substitui fluidos de
cadáveres por materiais plásticos (silicone, resina de epóxi e poliéster) para
que as partes do corpo adquiram plasticidade. Esse método tem sido empregado
para preservar corpos para estudos.
Bibliografias:
·
DIAS, Diogo Lopes. "O que é mumificação?"; Brasil
Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/quimica/o-que-e-mumificacao.htm.
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