O DIA E A NOITE
Dia-noite, claro-escuro, Sol-Lua,
dormir-acordar, tudo isso faz parte de uma rotina constante. Somos regulados
por essa alternância tão natural que nem percebemos. Em nosso corre-corre
sequer paramos para pensar no porquê dessa sucessão de dias e de noites. Mas,
se hoje não nos preocuparmos em pensar sobre isso, no passado muitos estudiosos
buscavam respostas para essa questão.
Podemos imaginar que estas explicações
dadas naquela época fossem muito simples, tais como: os dias e as noites são
resultado do movimento do Sol ao redor da Terra; o Sol se esconde atrás das
montanhas; a Lua esconde o Sol. Muitas vezes, as respostas para os
questionamentos envolviam religião e magia, mas, em geral, baseavam-se na ideia
de que o Sol se movia ao redor da Terra.
Até o século XVI, era assim que os homens
explicavam o aparecimento dos dias e das noites: de dia o Sol se movia ao redor
da Terra e, à noite, se “escondia” do outro lado dela.
Para sermos bem exatos, filósofos gregos,
como Filolau de Crotona (século V a.C.) e Aristarco de Samos (310-230 a.C.)
pensaram diferente. Para Filolau, a Terra teria movimento, e Aristarco
acreditava que a Terra se movia ao redor do Sol.
Essas ideias não foram aceitas e acabaram
quase esquecidas, superadas pelas ideias de Aristóteles (384-322 a.C.) e de
Ptolomeu (87-150 a.C.) que afirmavam que a Terra era fixa no centro do
Universo. Essa ideia foi chamada de modelo geocêntrico (do
grego, geo = terra; kentron = centro). O modelo geocêntrico
influenciou o pensamento ocidental por mais de 1400 anos.
Representação do modelo geocêntrico de Ptolomeu feita em 1893 |
NOVAS IDEIAS
Em 1513, Nicolau Copérnico (1473-1543), em
matemático e astrônomo polonês, construiu uma torre sem teto onde trabalhava
sozinho, fazendo observações do céu a olho nu, ou seja, ele observava o céu sem
o auxílio de instrumentos ópticos, com a luneta. À medida que fazia e refazia
antigos cálculos, sua insatisfação com o modelo geocêntrico aumentava.
Finalmente, ele percebeu que era preciso criar novas propostas. Assim, sugeriu
que o Sol fosse colocado no centro do Universo e que a Terra fosse entendida
como mais um planeta girando ao seu redor. Era a teoria heliocêntrica (do grego, heliós
= Sol; kentron = centro).
GALILEU E O TELESCÓPIO
No inicio do século XVII, o italiano
Galileu Galilei (1564-1642) construiu suas lunetas e as direcionou para o céu:
eram os primeiros telescópios. Com eles estudou a Lua, observou as estrelas e
os planetas. Tudo que viu só fez aumentar suas dúvidas sobre o sistema
geocêntrico.
Galileu Galilei observando os planetas em seu telescópio |
Ao observar que o planeta Vênus, assim
como a Lua, apresenta fases, Galileu passou a defender o sistema heliocêntrico.
TELESCÓPIO
Galileu não inventou o telescópio. Esse
instrumento teve seu pedido de patente registrado em 1608 por um fabricante de
óculos, Hans Lippesrshey, que colocou duas lentes, uma em cada extremidade de
um longo tubo e, com este equipamento rudimentar, percebeu que era possível ver
à distância.
GALILEU E A IGREJA CATÓLICA
Como dissemos, o sistema heliocêntrico
alterava praticamente todas as bases da Astronomia e também gerava conflitos
com ensinamentos religiosos da época. Por isso, quando publicou o Diálogo sobre os dois grandes sistemas do
Univeso, Galileu foi chamado à Roma para se explicar. Foi considerado
herege e condenado, passando o resto de sua vida em prisão domiciliar.
Somente em 1992, o papa João Paulo II
pediu perdão pela condenação de Galileu.
AS IDEIAS DE GALILEU
As fases de Vênus eram a prova de que ele
se movimentava. Então, se Vênus tinha movimentos, por que a Terra também não os
teria? E que movimentos eram esses?
Galileu concluiu que o planeta Vênus se
movia ao redor do Sol e ao redor de seu próprio eixo. Portanto, era bem
provável que a Terra também fizesse esses movimentos.
Mas, como isso se relaciona à nossa dúvida
sobre a origem dos dias e das noites?
DIAS E NOITES
Se admitirmos que a Terra se move ao redor
de seu eixo imaginário, é bem fácil entender o fenômeno dia-noite. Quando o
lado oposto a esse fica na sombra, é noite. E como o movimento terrestre é
lento, a passagem de uma condição luminosa à outra é lenta, a claridade vai
surgindo devagar ao amanhecer e desaparecendo ao anoitecer. Esse movimento da
Terra ao redor de seu eixo imaginário é chamado de rotação.
O movimento de rotação da Terra é responsável pelo fenômeno dos dias e das noites. |
Dia solar é o tempo
médio que leva para que o Sol, visto da Terra, volte ao mesmo ponto no céu.
Esse intervalo de tempo é dividido em 24 partes, então, podemos dizer que uma
hora solar dura 1/24 e , portanto, um dia tem 24 horas.
Como vimos, a Terra gira ao redor de seu
eixo imaginário, realizando o movimento de rotação. Agora, vamos entender outro
movimento realizado por ela: o movimento orbital, também conhecido como movimento de
translação.
O movimento de translação da Terra é responsável pelo fenômeno das estações do ano. |
Nesse caso, nosso planeta se movimenta ao
redor do Sol, percorrendo um caminho quase circular que recebe o nome de órbita.
A órbita terrestre é uma longa jornada que mede pouco menos de 1 bilhão de
quilômetros, percorrido em 365,25 dias, isto é , um ano. Então podemos dizer
que um ano é o tempo de uma viagem de aproximadamente um bilhão de quilômetros
que a Terra faz em torno do Sol.
A sucessão de anos acontece porque é como
se a Terra iniciasse um percurso que a levasse a retornar a seu ponto de
partida, reiniciando o caminho a cada 365,25 dias. Do mesmo modo, a cada
recomeço, muitos fenômenos astronômicos que acontecem ao longo da trajetória da
Terra também se repetem.
Esses fenômenos têm reflexo sobre nosso
planeta. Por exemplo, você sabe que, ao longo do ano, podemos notar várias
mudanças no meio ambiente físico, isto é, nas condições ambientais: as
temperaturas (aumentam ou diminuam), as chuvas (ficam mais ou menos
frequentes), a luminosidade se altera (escurece mais cedo ou mais tarde).
O SOL
O Sol é a estrela mais próxima do planeta Terra |
Como todas as estrelas que vemos no céu à
noite, o Sol também é uma estrela, porém, ele está muito mais perto da Terra do
que qualquer uma das que podemos observar. Sua distância média é de “apenas”
150 milhões de quilômetros aproximadamente.
O Sol é apenas uma entre as mais de cem
quintilhões (100 000 000 000 000 000 000) de estrelas que se supõe existir em
todo o Universo.
Apesar de não ser a maior nem a mais
quente, o Sol é, para nós, a mais importante das estrelas.
Comparando com o restante do Sistema
Solar, tudo o que se refere ao Sol é maior: sua estrutura gigantesca compõe
99,8% da massa de todo o Sistema Solar.
Mas, se o Sol lhe pareceu imenso, saiba
que ele é uma estrela relativamente pequena; há outras muito maiores.
A LUA
As pessoas em geral têm muitas certezas relacionadas
à influencia da Lua como por exemplo, nascem mais bebês na lua cheia. Porém,
essas certezas não são cientificamente provadas, e são vistas pelos
pesquisadores como lendas, mitos, folclore ou senso comum.
Lua, único satélite natural da Terra |
Então a Lua não exerce nenhuma influência
sobre a Terra?
Exerce sim, muita, mas não da forma como
as pessoas costumam acreditar.
AS FASES DA LUA
Uma noite de lua cheia é um espetáculo
lindo e, apesar de a Lua apenas refletir a luz do Sol, seu grande disco
prateado é capaz de clarear a mata ou o oceano, servindo como importante fonte
de orientação para os animais.
Fases da Lua |
Observe a Lua durante aproximadamente um
mês (29,5 dias). Você verá que ela vai mudando de aspecto: de cheia,
vai diminuindo até chegar à fase quarto minguante; então, continua diminuído e dá a
impressão de ter desaparecido, é a fase de lua nova. A partir daí, podemos vê-la de novo com
um fino C, que vai ficando mais largo
até chegar à fase quarto crescente,
continua aumentando para passar à fase de lua cheia, momento em que o ciclo
recomeça.
E por que a Lua nos mostra aspectos
diferentes a cada dia?
A Lua é uma esfera, e como tal, ao ser
iluminada pelo Sol, só uma de suas metades reflete a luz, como a Lua se move ao
redor da Terra, nem sempre estamos em posição de vê-la inteiramente iluminada.
Se observarmos a Lua e a Terra de um ponto
distante no espaço, veríamos que o movimento dos dois ao redor do Sol é
parecido.
O SISTEMA SOLAR
Configuração do Sistema Solar |
O Sistema Solar compreende aquilo que
poderíamos chamar de “domínios do sol”. Com seu tamanho gigantesco, ele é o
centro de todo um sistema complexo formado por oito planetas, alguns planetas
anões e um número não definido de corpos pequenos, categoria em que estão
incluídos os asteroides e os cometas.
Da perspectiva da Terra, o Sistema Solar é
imenso, porém, comparado a outros corpos do Universo, ele é muito pequeno. Já vimos
que o Sol é uma estrela relativamente pequena se comparada a outras que podem
ser milhares de vezes maiores do que ele. Mas se o tamanho não chama atenção, foi
no Sistema Solar que se formou o único planeta em condições de desenvolver e
abrigar um número ainda não definido de espécies de seres vivos: o nosso
planeta Terra. Pelo menos isso é o que sabemos até hoje...
COMO É O SISTEMA SOLAR
Seria ideal se tivéssemos uma “fotografia
de corpo inteiro” do Sistema Solar. No entanto, como ele é gigantesco, tudo o
que temos quando queremos representá-lo são apenas desenhos. Além disso, distâncias
tão grandes e tamanhos tão diversos não permitem uma representação cientificamente
correta. Os espaços entre as órbitas são variados: alguns menores, outros maiores,
e sempre imensos.
Quando olhamos para a ilustração de um cinturão
de asteroides, por exemplo, em que existem milhares de corpos, parece que há a formação
de uma barreira intransponível. Porém, ainda que ali existam milhares de
asteroides, eles se espalham por um espaço tão grande que seria possível atravessá-lo
sem ver sequer um deles.
Do mesmo modo, as imagens dos planetas e
do Sol dificilmente estão representadas em proporções compatíveis com a dimensão
real desses corpos, porque, se assim fosse, os planetas menores praticamente não
apareceriam nessas representações.
A partir de 2006, os especialistas
consideraram que o Sistema Solar possui somente oito planetas: Mercúrio, Vênus,
Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno. Plutão, que era considerado o último
planeta do Sistema Solar, passou a ser classificado com um planeta anão, pois é muito pequeno
(menor até que a nossa Lua) e com uma órbita bem diferente, em alguns momentos
capaz até de cruzar a órbita de Netuno.
Fonte: conteúdo retirado do livro
Ciências no século XXI - astronomia, água, ar e solo. Editora Atual. 6° ano.
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